O PT elegeu este ano um número ainda menor de prefeitos do que em 2016, quando foi varrido pelas denúncias de corrupção investigadas pela Operação Lava Jato e pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em reunião do diretório nacional na tarde desta segunda-feira, 16, a direção apresentou o número de 189 prefeituras segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas os cálculos do partido não chegam a 170 eleitos. Em 2016, no auge da crise, foram 256. Em 2012, 630.
O resultado levou lideranças do PT a culparem a presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, e pedirem a antecipação da troca da direção nacional do partido, prevista para 2023. “A direção sai muito desgastada. O PT andou de lado, na melhor das hipóteses. É recuperável, mas para isso é necessário um balanço e antecipar para o ano que vem o congresso que vai escolher a direção. Gleisi tem uma autocrítica a fazer”, disse o deputado estadual José Américo Dias, coordenador de comunicação da campanha de Jilmar Tatto e integrante da corrente Novo Rumo.
O resultado eleitoral é um balde de água fria no partido e contraria avaliações praticamente unânimes no PT de que o pior da onda antipetista tinha passado e, em 2020, a legenda conseguiria recuperar parte do terreno perdido em 2016.
Além da redução do número total de cidades governadas pelo partido, o PT sofreu derrotas politicamente simbólicas como em São Paulo, onde Tatto ficou apenas em sexto lugar e Guilherme Boulos (PSOL), segundo colocado, assumiu a liderança da esquerda. Em São Bernardo, berço do partido, Luiz Marinho foi derrotado no primeiro turno por Orlando Morando (PSDB).
Marinho e Lula também são apontados como culpados pela derrota. Lula por ter insistido na estratégia de lançar o maior número de candidatos possível nas grandes cidades, implodindo as chances de criação de uma frente de esquerda contra o bolsonarismo já em 2020, e Marinho por supostamente ter conduzido mal o partido no maior colégio eleitoral do Brasil.
Em São Paulo, o PT conseguiu reeleger Edinho Silva em Araraquara e vai para o segundo turno em Diadema, Guarulhos e Mauá.
O PT corre o risco de pela primeira vez nos últimos 30 anos não eleger prefeitos em capitais. O partido vai para o segundo turno apenas em Recife e Vitória. Em 2016, a legenda venceu em Rio Branco no primeiro turno.
FONTE: https://diretoaopontonews.com.br/brasil/eleicoes-2020-pt-encolhe-e-elege-menos-prefeitos/
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