Petista disse que "o vulcão embaixo do país, de jovens e mulheres, vai entrar em erupção, como já está acontecendo"
Dirceu afirmou que estava sereno diante da volta à prisão / Agência Brasil
Respeitando o estabelecido judicialmente após a confirmação de sua condenação pelo Tribunal Regional da Quarta Região (TRF4), o ex-ministro José Dirceu se apresentou à Polícia Federal (PF) no Paraná por volta das 21h30 desta sexta-feira (17). Por decisão da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela Lava Jato, o petista tinha até as 16h desta sexta-feira (17) para comparecer à carceragem da PF na capital paranaense – mesmo local onde cumpre pena como preso político o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Um dos advogados de Dirceu, Roberto Podval, já havia antecipado que o ex-ministro respeitaria a decisão – “como sempre” – e se entregaria espontaneamente. Porém, informou que se deslocaria de carro até Curitiba, e por isso estaria sujeito a um atraso.
Em mensagem destinada à militância do Partido dos Trabalhadores (PT), Dirceu afirmou que estava sereno diante da volta à prisão, “para mais essa trincheira de luta”.
“Eu me preparei pra isso, vou retomar o segundo volume lá [do livro de memórias], vou ler mais, manter a saúde. Vamos vencer”, afirmou.
Dirceu também comentou o cenário político brasileiro pós-manifestações de 15 de maio: “Fiquem aí na trincheira de vocês, que é a nossa. O Brasil já está mudando. O vulcão embaixo do país, de jovens e mulheres, vai entrar em erupção, como já está acontecendo”.
Defesa
Os advogados de José Dirceu preparam recursos que serão destinados ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF). A defesa judicial também estuda medidas de curto prazo para alterar a situação do petista.
O ex-ministro é acusado de receber dinheiro de suposta propina relativa a contratos entre a Petrobras e a empresa Apolo Tubulars, através da empresa Credencial, e o pagamento de voos de avião.
Dirceu e sua defesa alegam que os valores são oriundos de atividades de consultoria prestadas pelo petista, que não há qualquer vínculo entre estas atividades e a esquemas de corrupção na estatal, conforme afirma o Ministério Público.
Edição: Rodrigo Chagas
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