A SpaceX lançou, neste sábado (2), a cápsula Crew Dragon para uma missão de teste de vários dias que deve preparar o caminho para a retomada dos voos tripulados a partir dos Estados Unidos, oito anos após a aposentadoria dos ônibus espaciais da Nasa.
Um foguete Falcon 9, da empresa fundada por Elon Musk em 2002, decolou sem incidentes do Centro Espacial Kennedy, iluminando Cabo Canaveral com seus nove motores, na madrugada deste sábado.
A primeira parte e depois a segunda se desprenderam sem incidentes, colocando a Dragon e seu passageiro – um boneco chamado Ripley – na órbita da Terra cerca de 11 minutos após a decolagem, em direção à Estação Espacial Internacional (ISS), a 400 km altitude.
A equipe comemorou cada estágio bem-sucedido do lançamento. “Estou um pouco exausto psicologicamente”, disse Elon Musk, uma hora depois, em uma entrevista coletiva próximo ao campo de lançamento. “Foi muito estressante, mas funcionou, pelo menos até agora”.
A missão de teste, que está três anos atrasada em relação ao cronograma original, é um ensaio das condições reais para o próximo voo, que terá dois astronautas a bordo. A data oficial é julho, mas pode ser adiada.
As próximas etapas mais difíceis serão a atracagem na ISS, no domingo, às 08h05 (de Brasília), e o mergulho na atmosfera para retornar à Terra na próxima sexta-feira (8).
Os engenheiros da SpaceX e da NASA querem garantir que o veículo seja confiável e seguro para os seres humanos. Eles também querem verificar se os quatro paraquedas, já testados muitas vezes, retardarão a queda no Atlântico.
Os sensores ligados a Ripley, o modelo nomeado em homenagem à heroína dos filmes Alien, vão medir as forças exercidas sobre os futuros passageiros.
Mas o início bem sucedidos da missão foi sentido com alívio. “Ver o sucesso como este nos dá confiança para o futuro”, disse Bob Behnken, um dos astronautas que voarão na Dragon.
No Twitter, a SpaceX comemorou o feito de pela 35ª vez, a recuperação do primeiro andar de um foguete, que pousou suavemente em uma plataforma autônoma no Atlântico, a 500 km da costa – um pequeno ponto brilhante quebrando o céu negro em sua descida, visível de Cabo Canaveral, localizado na parte costeira oriental da Flórida, nos Estados Unidos.
Cápsula da Boeing
Para Jim Bridenstine, administrador da Nasa, o primeiro passo na “privatização” da órbita baixa da Terra já foi dado. “Este dia representa uma nova era dos voos espaciais”, disse.
Agora, segundo ele, a NASA não vai mais se arruinar para construir foguetes ou naves, mas vai pagar por esse serviço, reduzindo seus custos de acesso à ISS, enquanto quer dedicar mais investimentos a um retorno à Lua na próxima década.
Contratos com a Nasa
Desde 2010, a NASA pagou mais de US$ 3 bilhões em contratos com a SpaceX para desenvolver este serviço de táxi, e US$ 4,8 bilhões para o grupo Boeing, que está desenvolvendo sua própria cápsula, a Starliner (teste programado para abril).
Cada uma terá que fazer seis viagens de ida e volta à ISS, sem contar os testes. Os grandes contratos são de 2014.
A SpaceX ocupa, desde 2014, a lendária plataforma de lançamento Nº 39A do Kennedy Center, de onde partiram as missões Apollo para a Lua, e numerosos ônibus espaciais durante seus trinta anos de serviço.
Desde 2011, os astronautas vão para a ISS a bordo dos foguetes russos Soyuz. Eles devem aprender russo e treinar na Rússia.
Para a SpaceX, que tem garantido o abastecimento da Estação Espacial desde 2012, conseguir enviar astronautas à órbita seria uma consagração.
Mas, por precaução, no caso de nem a SpaceX nem a Boeing estarem prontas antes do final do ano, a NASA já reservou dois assentos na Soyuz para garantir o acesso à ISS até 2020.
Fonte: G1
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