O município de Jaguarari vem se destacando negativamente nas mídias local e estadual graças à guerra política instalada desde o ano passado entre o legislativo e executivo. A política jaguarariense ganhou os noticiários com as inúmeras tentativas da câmara de vereadores em cassar o mandado do prefeito Everton Rocha.
Porem no dia 29 de março deste ano a Câmara de Vereadores afastou o prefeito Everton Rocha de seu mandato por 10 votos contra 3, sob a acusação de improbidade administrativa em uma licitação de um software para o setor de tributos. Após a conclusão da CPP que afastou o prefeito acreditava-se que a justiça havia sido feita e o gestor teria pagado pelo erro cometido. Contudo vale ressaltar que tal licitação havia sido extinta, antes mesmo que a mesma fosse homologada e qualquer pagamento fosse efetuado. Esse já seria um motivo para que o denunciado recorresse a fim de recuperar seu mandato.
Durante o processo que foi realizado de maneira acelerada, o denunciante mesmo após protocolar a denuncia não foi ouvido como testemunha de acusação. Certo de ter cometido um erro solicitou o arquivamento “A denúncia por mim apresentada perante a Câmara de Vereadores em face do então prefeito Everton Rocha e a empresa improcedente por inteiro, já que ficou comprovado a inexistência da irregularidade. Dessa forma, a fim de evitar uma possível responsabilização contra minha pessoa em relação à difamação e calúnia em face do Prefeito e da empresa Volutare, solicito a desistência e requeiro o imediato arquivamento”, reconhece Klyton Marcel no requerimento que apresentou a Comissão Parlamentar Processante da Câmara no dia 02 de março.
A equipe de jornalismo do Portal de Noticias Minuto Bahia conversou com o denunciante Klyton Marceu que revelou em entrevista exclusiva toda a suposta farsa montada pelo Presidente da Câmara de Vereadores Marcio Gomes, pelo vereador Zé Galego e pelo ex-vice-prefeito Fabrício D’ Agostino que culminou com a cassação do então prefeito de Jaguarari Everton Rocha.
Assista a entrevista:
Com base no material entregue a nossa reportagem durante a entrevista com Klyton Marceu foram apresentados áudios e conversas no aplicativo de mensagens Watsapp que revelam a forma como o processo foi conduzido.
Conversa com o vereador Zé Galego
Em conversa ocorrida no dia 17 de fevereiro entre o Klyton e o vereador Zé Galego fica evidente a montagem do processo. Logo no inicio o vereador que também foi relator da Comissão Parlamentar Processante – CPP solicita que o denunciante formule perguntas a serem feitas as testemunhas. Veja a imagem abaixo:
Foi entregue também durante a entrevista uma outra conversa em que o denunciante relata ao vereador Zé Galego a saudade que está sentindo da família, o afastamento do ex-vice prefeito Fabrício D’Agostino e pede que o mesmo não pise na bola com ele, como pode ser visto abaixo.
Conversa com Fabrício D’Agostino
Na conversa com o então vice-prefeito Fabrício D’Agostino o denunciante envia uma conta para que seja feito um deposito no valor de R$ 1.250,00 que segundo ele seria parte do combinado pela participação no processo de cassação. Veja abaixo:
Em outra conversa o denunciante mostra sua insatisfação com o afastamento do então vice-prefeito Fabrício D’Agostino e cobra o que havia sido prometido a ele para fazer a denuncia. Veja abaixo:
Conversa com o advogado Sergio Cardoso
No print entregue durante a entrevista o denunciante mostra a conversa que teve com o advogado responsável pela assessoria jurídica da Câmara de vereadores no processo que cassou o prefeito Everton Rocha. Veja abaixo:
Em outra conversa o denunciante indica ao advogado pessoas a serem convocadas pela Câmara de Vereadores para prestar depoimento. No final da conversa o denunciante fala do medo de perder o emprego e é tranqüilizado pelo advogado que informa que o prefeito Everton Rocha cairia antes. Veja abaixo:
Os advogados consultados pelo Portal de Noticias Minuto Bahia, após realizar analise minuciosa nos áudios, entrevista e print´s das conversas realizadas através de aplicativo de mensagens Watsapp concluíram que os fatos descritos são gravíssimos e que devem ser apurados e se comprovados podem e devem gerar no mínimo procedimentos administrativos, atos de improbidade administrativa, bem como conseqüente perda do mandato. Na esfera penal devem os envolvidos responderem por diversos crimes. Entre eles:
- Estelionato – 171 -Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
- Associação Criminosa – 288. Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
- Concussão – 316 – Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
- Prevaricação – 319 -Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
- Advocacia administrativa – 321 – Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.
- Tráfico de Influência – 332 – Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
- Corrupção ativa – 333 – Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
- Falso testemunho ou falsa perícia- 343 Pena – reclusão, de três a quatro anos, e multa. e Art. 342. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
- Coação no curso do processo 344 – Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
- Fraude processual 347 – Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa.
- Denunciação caluniosa 339. Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
- Comunicação falsa de crime ou de contravenção 340 – Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Em caso de condenação, os envolvidos podem alcançar o patamar de mais de 20 anos de reclusão, além de multa que pode chegar há mais de 1 milhão de reais.
O Portal de Noticias Minuto Bahia deixa aberto espaço para todos os envolvidos se manifestarem.
Fonte: Minuto Bahia
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